28 de maio de 2014

O que esperar numa nova gravidez

Se sua primeira gravidez e o parto transcorreram sem grandes complicações, é bem provável que você esteja tranquila com a notícia de que está esperando mais um bebê. Agora, se não foi lá tão simples assim, pode ser que esteja um pouco preocupada. Este artigo tem o objetivo de mostrar o que muda e o que tende a se repetir de uma gravidez para outra.

Ficar grávida de novo muitas vezes é sim mais difícil, principalmente se você ainda tem um filho bem pequeno em casa. Também aparece o fantasma da culpa: por um lado você acha que não está cuidando do seu filho maior como deveria, e por outro que não está tão concentrada na chegada do novo bebê. Calma, queremos ajudá-la a curtir os dois e ainda ter um tempinho para você mesma!

A barriga aparecerá mais cedo?

O bebê certamente não vai crescer mais rápido, porém é possível que você note sua cintura se alargando mais depressa e a barriga dando sinais, por isso esteja preparada para começar a perder as calças antes. 

Aquela sensação de cansaço vai ser igual?

Provavelmente. Na realidade, muitas mulheres tendem a se sentir ainda mais cansadas por já terem uma criança em casa e não usufruírem do mesmo tempo para descansar ou tirar uma soneca como fizeram da primeira vez. Outra diferença é que o resto todo da família também pode achar que as mulheres já são veteranas no assunto e, consequentemente, acaba mimando-as um pouco menos. Se isso acontecer, proteste com carinho.

Para não se estressar demais, pense em todas as atividades que pode eliminar, ou os pontos em que dá para diminuir de ritmo no seu dia-a-dia. Procure envolver o seu parceiro o máximo possível e lembrá-lo também de que precisará de mais ajuda. Não deixe de contar com familiares ou amigos que se propuserem a colaborar (mesmo que seja passar uma horinha com seu filho mais velho). 

Os incômodos e dores serão maiores?

Pode ser que sim para algumas mulheres. Dores nas costas, por exemplo, tendem a ser mais comuns em cada nova gravidez, especialmente se você não praticou muita atividade física depois da última gestação e não fortaleceu os músculos abdominais. Exercícios adequados podem prevenir ou diminuir a dor lombar à medida que a barriga cresce. Tente se exercitar sempre que puder.

Com crianças menores em volta, certamente você corre, se abaixa e faz força o tempo todo, por isso certifique-se de sempre flexionar os joelhos para se curvar e de se agachar sempre que for pegar peso.

Ensine crianças maiorzinhas a fazer coisas sozinhas (como subir na cadeirinha do carro) para que você não precise pegá-las tanto no colo. Ofereça o colo quando estiver sentada, por exemplo. Mesmo que você se levante com a criança maior no colo, o esforço é menor do que o de erguê-la do chão.

As varizes também podem piorar a cada gravidez. Se você já sofreu com o problema antes, considere a possibilidade de usar meias-calças elásticas com algum tipo de compressão logo no início, assim como elevar pés e pernas com frequência. Atividade física também ajuda a combatê-las. 

Os chutinhos na barriga e as contrações de treinamento aparecerão mais cedo?

É bem possível. As mães que não são marinheiras de primeira viagem geralmente sentem o bebê mexer e as chamadas contrações de Braxton Hicks mais cedo -- até porque sabem o que procurar. 

E os outros sintomas?

Cada gravidez é de um jeito, mas alguns dos desconfortos de uma primeira gravidez acabam se repetindo nas seguintes. O bom disso tudo é que talvez seja uma boa motivação para se empenhar e fazer de tudo para que eles não apareçam, já que você sabe como podem ser chatos.

Por exemplo, se teve prisão de ventre ou hemorróidas, procure manter uma alimentação rica em fibras, beber bastante água e praticar exercícios regularmente.

Se foram as estrias as grandes vilãs da vez passada, prepare-se porque algumas novinhas em folha infelizmente podem aparecer e não há muito o que fazer, embora o cuidado para não ganhar peso demais possa contribuir um pouco. 

E como ficam as possíveis complicações da gravidez?

Seu histórico médico e obstétrico será fundamental para determinar que tipo de acompanhamento terá desta vez, e poderá influenciar o risco de um problema aparecer. Caso mude de médico, não deixe de relatar para o novo obstetra todos os detalhes da gravidez e do pós-parto passados, assim como problemas com o bebê ou alguma condição de saúde que você tenha passado a ter.

Se você é saudável e não teve complicações em gestações anteriores, o risco agora é pequeno. É verdade que quanto mais bebês uma mulher tem maior o risco para certos problemas, como descolamento de placenta e hemorragia pós-parto.

Por outro lado, se você não teve pré-eclâmpsia antes (e está com o mesmo parceiro e não apresenta hipertensão), as chances de desenvolver esta condição agora são bem menores.

Caso tenha tido algum tipo de complicação da primeira vez, como parto prematuro, pré-eclâmpsia (caracterizada principalmente pela elevação da pressão arterial da mãe na segunda metade da gravidez), descolamento de placenta ou hemorragia pós-parto, as chances de tê-la de novo podem ser maiores. Mas pelo menos você já saberá o que fazer para tomar cuidado e evitar problemas maiores (repouso, ajuste na alimentação etc.).

Para quem sofreu com a incompetência do colo uterino, a vantagem é que agora dá para tomar providências mais cedo, fazendo a cerclagem com calma, se o médico considerar necessário. 

As variações de humor serão tão grandes quanto da outra vez?

Os altos e baixos podem até se repetir, mas as coisas que a preocupam ou alegram provalvemente serão um pouco diferentes agora.

Às vezes você se sentirá tomada de felicidade pela idéia de ter outro filho; às vezes, no entanto, começará a se perguntar onde estava com a cabeça. Ficará se questionando se tem competência para cuidar de um segundo (ou terceiro ou quarto…) filho, se ele será saudável e se os custos serão tais que comprometerão as finanças da família.

Pode ser também que fique apreensiva devido a dificuldades que tenha tido na primeira gravidez e no parto. Muitas vezes as pessoas guardam as experiências negativas lá no fundo, e elas podem reaparecer por causa da nova gravidez.

Todos esses sentimentos são absolutamente normais e legítimos e tomam outra proporção uma vez que você ouça que eles acometem inúmeras futuras mamães. Não sofra sozinha. Converse com seu médico se a questão for de saúde ou desabafe com suas amigas. 

Existe momento certo para contar para os outros filhos sobre a gravidez?

Esta é sem dúvida uma decisão pessoal, muito baseada na idade das outras crianças e na maneira como você acredita que elas lidarão com a notícia. Muitos pais e mães preferem esperar para contar até que a gestação esteja mais adiantada, como depois do primeiro trimestre, quando o risco de aborto espontâneo é significativamente menor e a barriga já está maior e mais "real".

Ainda amamento meu outro filho. Preciso parar?

Você pode até continuar a dar de mamar se desejar, embora alguns médicos recomendem que a amamentação seja interrompida mais no final da gravidez se houver algum risco de parto prematuro, porque a estimulação do mamilo pode provocar contrações.

Muitas mães também decidem parar porque seus seios ficam mais sensíveis e doloridos ou porque simplesmente estão exaustas.

É possível ainda que a própria criança tome a decisão por você, já que a produção cai durante a gestação e o gosto do leite muda. Há uma pesquisa que mostra inclusive que mais de dois terços das crianças amamentadas largam por conta própria o peito uma vez que as mães fiquem grávidas de novo. Procure não encarar isso como uma ruptura, mas sim como uma evolução.

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